Junta de Freguesia do Louriçal

Situado na faixa costeira da região centro do país, o Louriçal é uma pequena vila do concelho de Pombal, da qual dista 15Km.
A primeira referência escrita ao topónio Louriçal, apareceu durante a época medieval, no fora I de Leiria em 1142.
Decorridos alguns anos , D. Afonso Henriques faz doação da "vila" ao mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, que em 1310 lhe concede a primeira Carta de foral.
El-rei D. Manuel outorga-lhe foral novo em 23 de Agosto de 1514. Ao estabelecer definitivamente a Universidade em Coimbra em 1537, D. João III concede a esta o senhorio da vila do Louriçal bem como o padroado e rendas da Igreja de Santiago.
No século XIII foi constituído em marquesado, sendo seu primeiro titular, D. Luís Inácio Xavier de Meneses.
O concelho foi extinto por decreto de 24 de Outubro de 1855, sendo então incorporado no de Pombal, situação que se mantém até ao presente.
Possui um valioso património artístico que se apresenta não apenas como instrumento vivo do conhecimento da história do concelho, mas também como elemento complementar do seu desenvolvimento. É digno de especial referência o convento das religiosas do Santíssimo Sacramento, verdadeiro "ex-libris" da vila. Teve a sua origem num acolhimento de beatas da Ordem Terceira de S. Francisco, fundada em 1630. O traçado inicial foi da autoria do arquitecto João Antunes.
Em 1739 foi inaugurada a igreja, cuja obra se atribui ao arquitecto Carlos Mardel, constituindo um valor exemplar da arquitectura religiosa da época. Apresenta uma só nave, com o tecto de madeira, decorado a frescos setecentistas; as paredes interiores são revestidas com belíssimos painéis de azulejos datados de 1726, retratando a vida de S. Francisco de Assis e de Santa Clara. Os altares laterais e colaterais são todos de fino mármore lavrados na oficina lisboeta de João António de Pádua.
São igualmente dignos de destaque a capela 0.1 da misericórdia ia, de traçado quinhentista e considerada Imóvel de Interesse Público; a Igreja do Recolhimento; a Igreja Matriz; o aqueduto, construído no século XIII para abastecer o convento; o Cruzeiro, que fora em tempos pelourinho, alusão simbólica à antiga a autoridade municipal.
Actualmente a freguesia do Louriçal é composta por uma população de cerca de 6500 habitantes, distribuídos por 23 povoações e uma área aproximada de 50Km.
De cariz predominantemente rural, a economia da freguesia gravita em torno do sector primário, com uma agricultura, em grande parte de carácter familiar e a extracção de argila.
O sector secundário tem conhecido nos últimos anos uma fase de franco desenvolvimento, com instalação, na sede de freguesia, de várias unidades fabris de âmbito de fabrico de calçado, metalomecânica, cerâmica, confecções, marroquinaria e descasque de arroz.
O sector terciário é pouco significativo. No entanto, a vila já dispõe de duas instituições bancárias, um posto médico-social, Casa do Povo, Junta de Freguesia e um posto dos CTT, para além de algum comércio local.
Devido à insuficiência de estruturas capazes de absorver a mão-de-obra local, muitos Louriçalenses partiram da sua terra em busca de trabalho pelo que a taxa de emigração nesta região se apresenta bastante elevada. Registe-se contudo, como fenómeno incontestável, o regresso de muitos emigrantes à região, contribuindo com o seu dinamismo para o desenvolvimento da mesma.
Relativamente à instrução, cultura e desporto, o Louriçal dispõe de duas escolas pré-primárias, doze escolas do 1. º Ciclo do Ensino Básico e um estabelecimento de ensino para os 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário. Tem uma Banda Filarmónica, que ao longo dos seus 162 anos de existência vem desempenhando um papel funda¬mental na cultura da região; quatro Ranchos Folclóricos; Clube de Caça; Santa Casa da Misericórdia; Associação Humanitária de Bombeiros e Associação Cultural Recreativa e Desportiva, cuja acção se desenvolve no campo do desporto, com secções de atletismo, Karaté, futebol de salão e animação cultural.
O abandono da escolaridade diminuiu drasticamente ao longo dos sete anos de funcionamento do Instituto D. João V, o que facilmente se compreende, na medida em que os alunos já não necessitam de se deslocarem a grandes distâncias para prosseguir os estudos.
É igualmente digno de registo o facto de uma significativa faixa de população adulta pretender aumentar o seu nível cultural, o que lhe é possibilitado pela frequência dos cursos nocturnos a funcionar neste estabelecimento de ensino.
Assim, é de grande relevância o dinamismo que o Instituto D. João V tem imprimido ao Louriçal, provocando uma mudança de mentalidades e atitudes, gerando indirectamente um certo desenvolvimento.

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