Capela do Recolhimento
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Em pleno centro da Vila do Louriçal, encontra-se a Capela do Recolhimento, templo de modestas dimensões, onde, originalmente, se situavam as casas em que vivia uma nobre senhora D. Francisca Inês de Oliveira. Porém após o falecimento de seu marido, D. Francisca, ou Soror Francisca de Jesus Maria e José, professa na Terceira Ordem Carmelita, como haveria de ficar perpetuamente celebrada, acabaria por converter, no ano de 1733, num recolhimento dedicado a Jesus Maria e José, onde “com algumas parentas, e outras Donzelas nobres” viveu em reformadíssima clausura, à imitação das Terceiras Franciscanas Regulares, até que em 1788, pela acção do Padre Jacinto Crespo foi transformado em conservatório das Ursulinas para o ministério do ensino, dependente do Convento das Chagas em Lisboa. Em 1834, em virtude da extinção das ordens religiosas o recolhimento e a capela sofreram uma profanação a nível de uso, porém, após o ano de 1842 continuou em funcionamento o colégio das Ursulinas. A Comunidade acabaria por se extinguir com a morte da última recolhida, em finais do século XIX. Durante o século XX conheceu diversas utilidades, tendo funcionado naquele espaço a Escola Primária, a sede da Junta de Freguesia e do Rancho Folclórico.
Da casa de habitação e salas de aulas, hoje nada permanece, porém a capela, um edifício de planta rectangular de dois pisos, restaurada em 2005, preserva a sua nave, capela –mor e sacristia. No seu interior conserva um altar de rara beleza, de fábrica barroca, trono em talha dourada e com especial realce o esplendor de Cristo, que coroa o retábulo, representando o Coração de Jesus rodeado de anjos. O tecto da capela-mor é de forma oval em caixotões de madeira e o da nave, oitavado, também é de madeira. Na antiga sacristia é possível observar um lavabo barroco de calcário, em muito bom estado de conservação. Sobre o arco triunfal ostenta um bonito escudo da fundadora: três estrelas douradas sobre fundo branco, ladeado por volutas e encimado por uma coroa. Esta Capela conserva ainda uma tela inédita do pintor italiano Pascoal Parente, datada de 1777, representando Nossa Senhora do Carmo entregando o escapulário a S. Simão Stock e vendo-se ao fundo Elias subindo do monte Carmelo para o Céu no carro de fogo, enquanto Eliseu o contempla.
Nelson Pedrosa
Historiador
Aqueduto do Louriçal
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Por todo o nosso território nacional, ainda hoje é visível um significativo conjunto de Aquedutos, símbolos da vitalidade do povo, que ao longo dos séculos desempenharam a imprescindível função de transporte e abastecimento de água. Enquanto monumentos históricos estas obras construídas em pedra são exemplos surpreendentes, ao nível da arquitetura e da própria engenharia hidráulica. Decisivos para o crescimento e desenvolvimento de muitos aglomerados urbanos, foram também determinantes, em diferentes períodos da nossa história, tanto no progresso como para a qualidade de vida das populações. Por todo o Império Romano assistiu-se a um extraordinário incremento na realização destas obras destinadas ao abastecimento público e privado de água.
Em Portugal, sobretudo a partir do século XVI, foram edificados novos aquedutos com o objetivo de garantir junto dos seus habitantes, melhores condições sociais e económicas. Para além da utilização da água para consumo humano, passaram a usar este recurso ao nível da salubridade pública e da produção industrial.
Também na vetusta vila de Louriçal encontramos um precioso testemunho da arquitetura hidráulica setecentista. A origem do Aqueduto do Louriçal encontra-se indelevelmente relacionada com D. João V e com as irmãs Clarissas, tendo o monarca ordenado a sua construção com o intuito de reforçar o abastecimento de água do Mosteiro do Santíssimo Sacramento, existente desde 1709. A água fornecida pelo Aqueduto, para além de servir as necessidades das religiosas no seu dia-a-dia comunitário, contribuiu para o desenvolvimento sustentável do convento, através da produção de conservas e de doçaria.
A responsabilidade do projeto do Aqueduto do Louriçal deveu-se ao padre Manuel Pereira, especialista em estudos e levantamentos de arquitetura, a quem o rei Magnânimo assegurava toda a confiança, tendo por isso confiado a condução dos trabalhos e reconhecido grande capacidade técnica na sua execução, como nos demonstra o seguinte relato: “Mandou então ao Louriçal o Irmão Manoel Pereira, desta Congregação, que era insigne na Arte da Arquitectura, e de quem Sua Majestade se fiava, encarregando-lhe todas as suas Reaes obras, como lhe tinha encarregado a planta, e medição desta (…) A experiência que o Arquitecto tinha do que é Communidade, foi grande circunstancia para encaminhar a agua de maneira que sem trabalho das Religiosas, pudessem usar della em todas as officinas; e concluído este intento, voltou à corte, aonde deo conta a S. Magestade do que tinha obrado, do que o dito Senhor se deo por satisfeito”.
As suas nascentes localizam-se nuns terrenos denominados Mina ou Minas, hoje conhecidos por Pomar e que foram pertença da Capela do Santíssimo Sacramento desde a sua fundação. Fizeram parte dos bens usurpados em 1910, mas que em 1928 foram recuperados em hasta pública juntamente com o convento e a cerca, como se depreende de uma Carta de Arrematação e que contém o seguinte teor: “ (…) água canalizada para todo o edifício e cerca proveniente de uma mina situada no sítio denominado “A Mina”, e em um terreno limitado por marcos de pedra, fazendo a mina e respetiva canalização parte integrante do edifício e cerca e, bem assim, duas faixas de terreno de cinquenta centímetros, para cada lado do aqueduto e paralelas a este, destinadas a serventia e reparação de mesmo aqueduto”.
A arcaria do Aqueduto, com cerca de 350 metros de comprimento e composta por 28 arcos em alvenaria com aduelas de tijolo, encontra-se ainda original na sua maior extensão. Atualmente, todo o seu traçado se encontra restaurado, tendo sido intervencionado ao nível de reboco e pintura. Dentro da vila, nos seus últimos arcos, em volta perfeita, encontram-se embutidas algumas habitações que conferem a este monumento alguma peculiaridade na arquitetura da vila e na sua evolução histórica.
Hoje, a mina, o aqueduto e o fontanário, que outrora integravam o pátio exterior do Convento, sendo propriedade do mesmo, são, pelo seu valor histórico, reconhecidos como Monumento Nacional.
Nelson Pedrosa
Historiador
Sondagem "QUERO VIVER NUMA ECO-FREGUESIA"
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Divulgação de Queimadas
Ler 51519 vezesNo passado dia 21 de janeiro, foi publicado o Decreto-Lei n.º14/2019 que obriga aos cidadãos a comunicação de
qualquer tipo de uso de fogo para eliminação de sobrantes de exploração agrícola ou florestal.
Com as alterações recentemente introduzidas pelo Decreto-Lei nº 14/2019, de 21 de janeiro, “fora do período crítico e
quando o índice de risco de incêndio não seja de níveis muito elevado ou máximo, a queima de matos cortados e
amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração, bem como a que decorra de exigências fitossanitárias de
cumprimento obrigatório, está sujeita a mera comunicação prévia à autarquia local” (n.º2 do art.28.º).
A realização de queimas sem a devida comunicação passará a estar sujeita à aplicação de coimas que, de acordo
com o previsto na lei, variam entre 280€ e 10.000€, para pessoas singulares, e 1.600€ e 120.000€ para pessoas
coletivas.
A comunicação prévia à Câmara Municipal de Pombal deve ser feita até ao máximo de 3 dias de antecedência
através de:
- Registo na aplicação do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), disponível no
endereço https://fogos.icnf.pt/InfoQueimasQueimadas;
- Registo presencial no Fórum de Atendimento da Câmara Municipal de Pombal ou nas Juntas de Freguesia;
- Contacto telefónico para a Câmara Municipal de Pombal (236 210 500) em horário de expediente
Em alternativa, pode preencher o formulário disponível em: www.cm-pombal.pt/comunicacao-previa-de-queima.
Dados Necessários para o registo: Nome, N.º Contribuinte, Local da realização da queima, Morada, Email, Contacto
Telefónico, (Preferência Telemóvel).
No que se refere à realização de queimadas para a renovação de pastagens e eliminação de restolho, assim como para
eliminação de sobrantes de exploração cortados, mas não amontoados, mantém-se a necessidade de autorização da
Câmara Municipal.
Por constituírem atividades de risco, apela – se a todos os munícipes para adoção de comportamentos responsáveis na
realização destas atividades.
Para mais informações, poderá contactar a Linha de apoio SOS Ambiente e Território da GNR através do
número 800 200 520 ou pelo Gabinete de Proteção Civil e Florestas (236210512).
Em caso de incêndio ligue 112.