Igreja da Misericórdia

Desconhecendo-se a data da sua fundação, a sua origem remontará a finais do século XVI, tendo sido objeto de várias campanhas artísticas, conforme se observa através dos seus elementos de estética manuelina, maneirista e barroca. A fachada do templo, de empena angular, rematada por cruz, é rasgada por três óculos e apresenta ao centro portal de moldura simples, encimada por frontão de aletas que incorpora o escudo de Portugal, sendo ladeada por janelas de gosto barroco. De planimetria longitudinal, possui corpo de nave única, com capela-mor elevada e tribuna de mesários, que permite a ligação entre o interior do templo e a casa do despacho. O seu interior, fruto da dedicação e abnegação dos seus Orgãos Sociais, encontra-se hoje totalmente recuperado, convidando o visitante a deleitar-se com a sua beleza. As suas paredes são ricamente adornadas com frescos, interrompidas no lado do evangelho pela tribuna de balaustrada, enquanto que no lado da epístola repousa sobre uma coluna bojuda, um pequeno púlpito em pedra, de formato circular. Sobre o altar-mor eleva-se um magnífico retábulo do maneirismo português da autoria do penacovense Álvaro Nogueira (1.º terço do séc. XVII). No seu painel central observa-se a representação da Visitação, orago das Misericórdias, sendo que nos dois painéis laterais se encontra São Pedro e São Bento e, na predela, seis quadros alusivos às Obras Corporais de Misericórdia.